Sustentabilidade do sistema de saúde

Clínicas de transição de cuidados: impacto mensurável na eficiência e nos custos da saúde
Por Marketing RPT
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17.06.2025 às 15h28m
No complexo ecossistema da saúde, onde a otimização de recursos e a sustentabilidade financeira são imperativos, as clínicas de transição de cuidados consolidam-se como uma solução estratégica de alto impacto. Para operadoras, hospitais e gestores, este modelo assistencial oferece uma resposta concreta aos desafios de custos crescentes e à necessidade de melhores desfechos clínicos. Os dados do setor demonstram, de forma inequívoca, que investir em uma transição de cuidados bem gerenciada não é uma despesa, mas um investimento com retorno mensurável.
O ponto mais crítico e oneroso na jornada do paciente é, frequentemente, o período pós-alta hospitalar. É nessa fase que as reinternações -muitas vezes evitáveis – representam um custo financeiro significativo e comprometem a eficiência do sistema. É exatamente nesse cenário que as clínicas de transição demonstram seu maior valor. Análises de programas de gerenciamento de cuidados de transição (TCM), metodologia central dessas unidades, apontam para uma redução de até 86,6% nas chances de reinternação. Esse indicador, validado em múltiplos estudos, como o conduzido pela Universidade de Kentucky, traduz-se diretamente em eficiência e economia, considerando que o custo médio de uma única reinternação pode ultrapassar os 14 mil dólares em alguns mercados internacionais.
Além disso, a atuação dessas clínicas vai além da simples prevenção de novos episódios de hospitalização. O acompanhamento estruturado também impacta positivamente a mortalidade. Um estudo com beneficiários do sistema público de saúde dos Estados Unidos (Medicare) demonstrou que o TCM foi capaz de reduzir a taxa de mortalidade de 1,6% para 1% no período crítico entre 31 e 60 dias após a alta hospitalar. No mesmo intervalo, os pacientes acompanhados pelo programa apresentaram uma redução de 11% nos gastos totais com saúde, evidenciando o duplo benefício: mais vidas preservadas e maior racionalização de recursos. A implementação de protocolos como o planejamento detalhado da alta, a reconciliação rigorosa de medicamentos e a educação contínua do paciente são essenciais para alcançar esses resultados.
Do ponto de vista financeiro, a proposta de valor é clara. A prevenção de visitas a serviços de emergência e de reinternações gera uma economia direta e significativa. Um estudo específico com pacientes submetidos à cirurgia colorretal estimou que um acompanhamento pós-alta bem estruturado poderia gerar uma economia anual de até 49 milhões de dólares em escala nacional nos Estados Unidos. Para as fontes pagadoras, isso representa uma redução da sinistralidade e um alinhamento com os princípios do cuidado baseado em valor, em que o foco está no desfecho clínico e na qualidade de vida do paciente, e não apenas no volume de procedimentos realizados.
O perfil dos pacientes atendidos em unidades de referência no Brasil, como a Rede Paulo de Tarso, evidencia a alta complexidade dos casos e a necessidade de um cuidado especializado. Com um percentual significativo de pacientes em uso de via de alimentação enteral e índices de desnutrição que chegam a 74% entre os pacientes em cuidados paliativos, torna-se evidente que o ambiente hospitalar de agudos não é o mais adequado para a reabilitação em longo prazo. Da mesma forma, o domicílio, na maioria das vezes, não está preparado para atender às exigências clínicas e assistenciais dessa complexidade.
Apesar da eficácia amplamente comprovada, a subutilização dos serviços estruturados de transição de cuidados ainda é uma realidade. Estima-se que milhões de pacientes elegíveis deixem de receber esse tipo de assistência todos os anos. Essa lacuna representa uma oportunidade estratégica para que as clínicas de transição se posicionem como parceiras fundamentais na cadeia da saúde, oferecendo uma solução que gera valor para todos os envolvidos: o paciente recebe um cuidado mais seguro e resolutivo; o hospital consegue otimizar a ocupação de seus leitos de alta complexidade; e a operadora de saúde reduz os custos totais do tratamento. Trata-se de um modelo assistencial e de negócio no qual todos os atores compartilham dos resultados positivos.
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