Equipe transdisciplinar: entenda seu papel nos cuidados de transição

Por clinicadetransicao

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06.02.2024 às 17h50m

O enfrentamento dos desafios impostos por um AVC, uma doença crônica ou em estágio de cuidados paliativos são situações complexas, que envolvem uma gama de atendimentos especializados. 

Quanto mais integrados e coordenados forem esses cuidados, maiores as chances de reinserção desse paciente em seu convívio social, com o máximo possível de autonomia, ganhos e funcionalidades. Com isso em vista, clínicas de transição têm como uma das bases de sua estrutura as equipes transdisciplinares

Neste artigo entenda o papel de uma equipe transdisciplinar e o seu impacto nos cuidados de transição de um paciente.

O que é e o que faz uma equipe transdisciplinar?

A equipe transdisciplinar reúne profissionais altamente qualificados de diferentes especialidades, que trabalham de forma integrada e colaborativa, desde a admissão do paciente. 

Eles atuam de forma abrangente, tanto ajudando o paciente a alcançar seus objetivos clínicos quanto preparando e orientando sua família e seus cuidadores para que possam apoiá-lo em um retorno seguro ao lar. 

Essa equipe é geralmente composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e de radiologia, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos clínicos e assistentes sociais. 

No dia a dia da instituição de transição de cuidados, cada membro dessa equipe contribui com seus conhecimentos técnicos para avaliar o estado de saúde do paciente. Essa visão abrangente, baseada em diferentes perspectivas, torna possível que se chegue a um plano terapêutico personalizado, mais completo e preciso, que leva em consideração tanto aspectos físicos quanto emocionais e sociais

A estreita colaboração entre esses profissionais contribui para que os cuidados sejam coordenados e que não haja lacunas na assistência. Isso evita a duplicação de esforços e erros de comunicação.

A prática da equipe transdisciplinar

Depois de avaliar cada paciente admitido, sua condição de saúde e suas necessidades específicas, a equipe transdisciplinar estabelece objetivos de tratamento e inicia, conjuntamente, as terapias e cuidados pertinentes para atingir o melhor desfecho clínico possível. 

Abaixo, estão alguns dos procedimentos e terapias que as equipes transdisciplinares realizam no dia a dia. A partir deles, é possível ter uma dimensão da abrangência e da complexidade dos atendimentos realizados em uma instituição de transição de cuidados. 

É importante, no entanto, ressaltar que esses são apenas alguns exemplos e que tanto os objetivos quanto as terapias utilizadas variam conforme as necessidades de cada paciente. 

Terapias para ganhos de função motora 

Objetivo: Ganho de  mobilidade, força muscular. 

Exemplos: Voltar a ter controle do tronco e recuperar a capacidade de permanecer sentado, conseguir se mover sozinho da cama para a cadeira de rodas e vice-versa, ficar de pé, voltar a andar. 

Benefícios: Além de mais independência e melhoria da qualidade de vida, esses ganhos reduzem riscos de lesão, trombose e broncoaspiração. 

Terapias para ganhos de funcionalidade

Objetivo: Melhorar a capacidade de realizar as atividades diárias. 

Exemplos: Tomar banho, usar o vaso sanitário, vestir-se, alimentar-se, locomover-se. 

Benefícios: Mais independência, qualidade de vida e segurança, além de facilitar o cuidado.

Terapias para ganhos de condição cognitiva

Objetivo: Melhorar as condições mentais do paciente por meio de subavaliações de orientação, memória e atenção. 

Exemplos: Dialogar com clareza, participação social, memória afetiva.

Benefícios: Melhor compreensão, autonomia e participação social.

Terapias para ganhos fonoaudiológicos

Objetivo: Eliminar ou reduzir o grau de comprometimento da função de deglutição e proteção de vias aéreas e das funções de compreensão e expressão oral. 

Exemplos: Engolir e alimentar-se com segurança.

Benefícios: Desmame de vias de alimentação alternativa (sondas de alimentação), redução da dificuldade para engolir, melhoras na fala e na compreensão. 

Protocolos para desmame de oxigênio suplementar, traqueostomia ou ventilação mecânica

Objetivo: Reduzir riscos de complicações, infecções ou traumas e aumentar qualidade de vida por meio da remoção de equipamentos de suporte e/ou invasivos. 

Elegibilidade: Na admissão, a equipe avalia se o paciente reúne as condições necessárias para iniciar o protocolo de desmame. 

Suporte a familiares e cuidadores

Um outro aspecto fundamental do trabalho das equipes transdisciplinares nas instituições de transição de cuidados é a interação próxima e transparente com familiares e cuidadores dos pacientes. 

Esse contato se dá com base em dois objetivos principais. O primeiro deles é manter um canal de comunicação e esclarecimento de possíveis dúvidas a respeito da evolução do plano terapêutico e dos objetivos estabelecidos.  

O segundo está ligado à preparação desses familiares e cuidadores para receber o paciente em casa de forma segura e estruturada após o período de transição de cuidados. E isso engloba preparação psicológica, aprendizado de práticas assistenciais e até mesmo orientações sobre como adaptar espaços físicos. 

Nas instituições de referência no setor de transição de cuidados, as equipes transdisciplinares oferecem oficinas de Educação em Saúde para transmitir a familiares e cuidadores informações relevantes como alimentação segura, mobilização segura, atividades de vida diária, prevenção de lesões e gestão de riscos.

Se você busca conhecer mais sobre cuidados de transição e o impacto na saúde, continue acompanhando nosso Portal e fique por dentro das novidades do setor e da visão de especialistas da área.

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