Transição de cuidados em pauta: CAD 2025 destaca desafios regulatórios e segurança jurídica no setor
Nos dias 22 e 23 de maio, o Congresso de Atenção Domiciliar e Transição de Cuidados (CAD 2025) será palco de discussões importantes sobre os caminhos para uma transição segura e eficiente entre os diferentes níveis de cuidado em saúde.
Entre os destaques da programação, está a participação de Carlos Costa, CEO da Suntor, e Flávio Oliveira, Diretor de Inteligência de Negócio da Suntor, que trarão reflexões sobre a necessidade de maior clareza regulatória e segurança jurídica na transição de cuidados — uma etapa crítica para a continuidade da assistência, especialmente em modelos que integram hospitais, unidades de transição e atenção domiciliar.
Com base na experiência da Suntor em inovação e gestão em saúde, a palestra abordará os desafios para a regulamentação e segurança jurídica na transição de cuidados.
Além disso, o CAD 2025 contará com painéis sobre tecnologias emergentes, modelos de financiamento e o papel das unidades de transição na articulação entre alta hospitalar e cuidado continuado.
O evento reúne especialistas, gestores e formuladores de políticas públicas que estão construindo, na prática, o futuro da transição de cuidados no Brasil.
Saiba mais sobre o evento no site oficial da Hospitalar (hospitalar.com).
Como a reabilitação personalizada acelera a recuperação após internações prolongadas
Longas internações hospitalares podem marcar um antes e depois na vida de um paciente. Fraqueza muscular, dificuldade de locomoção e impacto emocional são consequências frequentes para quem passou dias ou semanas no leito. Mas a boa notícia é que a reabilitação personalizada tem se mostrado uma poderosa aliada para acelerar a recuperação e devolver a autonomia a esses pacientes.
Por que internações prolongadas exigem mais atenção
Estudos indicam que a imobilidade hospitalar pode desencadear a chamada síndrome do imobilismo, levando à perda de massa muscular (sarcopenia), redução da capacidade cardiorrespiratória e risco aumentado de complicações como úlceras por pressão e tromboses. Pacientes idosos são especialmente vulneráveis, com risco elevado de perda da independência após uma internação (Covinsky et al., 2003).
O diferencial da reabilitação personalizada
Ao contrário de programas genéricos, a reabilitação personalizada é construída sob medida. Leva em conta o diagnóstico do paciente, sua condição física antes da internação, limitações atuais e, principalmente, seus objetivos de vida. Diretrizes da American Physical Therapy Association (APTA) mostram que planos individualizados são mais eficazes, especialmente após AVCs, fraturas e permanências prolongadas em UTI.
Na prática, um paciente que sofreu um AVC, por exemplo, terá um plano focado não só em recuperar a mobilidade, mas também em readquirir habilidades para atividades cotidianas, como se alimentar, vestir-se e caminhar com segurança.
Equipe multiprofissional: a força por trás da recuperação
A reabilitação personalizada é potencializada pela atuação integrada de uma equipe multiprofissional. Fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e médicos unem forças para atender de forma completa cada necessidade do paciente. É essa abordagem global que torna possível uma recuperação mais rápida e efetiva.
Quais são os benefícios comprovados?
- Redução do tempo de recuperação funcional.
- Menor taxa de reinternação hospitalar.
- Melhora da qualidade de vida do paciente e de seus familiares.
- Aumento da independência para atividades do dia a dia.
Quanto antes, melhor
Especialistas recomendam que a reabilitação comece ainda durante a internação e continue em um ambiente especializado, como as clínicas de transição, logo após a alta hospitalar. Essa continuidade é fundamental para manter o progresso e evitar retrocessos.
Mais que um tratamento
Para quem passou por uma internação prolongada, a reabilitação personalizada é mais do que uma etapa do tratamento: é a chave para um novo começo. Ao acelerar a recuperação física e emocional, essa abordagem permite que cada paciente retome sua rotina com mais segurança, autonomia e qualidade de vida.
O papel da enfermagem na transição de cuidados: apoio essencial à recuperação
A transição de cuidados é uma etapa fundamental no processo de recuperação de pacientes que passaram por internações hospitalares. Em clínicas especializadas em reabilitação e cuidados continuados, a equipe de enfermagem desempenha um papel central para garantir a continuidade do tratamento, a segurança do paciente e a promoção da autonomia funcional.
A transição de cuidados e o papel estratégico da enfermagem
Durante a fase de transição — do hospital para o domicílio ou para uma clínica de transição de cuidados — é comum que o paciente ainda apresente fragilidade clínica e funcional. É nesse contexto que a enfermagem atua de forma integrada, prestando assistência contínua, monitorando sinais vitais, controlando medicações e executando procedimentos essenciais para a estabilidade e o bem-estar do paciente.
Planejamento individualizado e cuidado humanizado
O cuidado prestado pela enfermagem vai além da técnica. A atuação é pautada em planos terapêuticos individualizados, construídos de forma colaborativa com a equipe multiprofissional. Isso significa considerar as necessidades físicas, emocionais e sociais de cada paciente, respeitando suas particularidades e objetivos de reabilitação.
Essa abordagem personalizada é essencial para pacientes em recuperação de eventos como AVE, fraturas, cirurgias complexas, doenças crônicas ou quadros clínicos que exigem suporte prolongado.
Capacitação da família e dos cuidadores
A continuidade dos cuidados no ambiente domiciliar exige preparo adequado. Por isso, a enfermagem tem papel educativo fundamental na orientação de familiares e cuidadores. Isso inclui instruções práticas sobre administração de medicamentos, prevenção de quedas, prevenção das lesões por pressão, manuseio de dispositivos médicos e cuidados com a higiene e a alimentação.
A capacitação dos cuidadores/familiares ajuda a prevenir complicações e reduz significativamente o risco de reinternações e eventos adversos.
Integração com a equipe transdisciplinar
A efetividade da transição de cuidados depende da atuação coordenada entre diferentes áreas da saúde. A enfermagem atua lado a lado com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, psicólogos e médicos, garantindo que o paciente receba um atendimento completo e centrado na sua recuperação.
Essa integração é essencial para alcançar metas de reabilitação e proporcionar ganhos reais de autonomia e qualidade de vida.
Enfermagem como agente de humanização
Mais do que executar protocolos, os profissionais de enfermagem promovem vínculo, escuta ativa e acolhimento. O cuidado humanizado é uma das bases do modelo de atenção adotado nas clínicas de transição, proporcionando ao paciente e à sua família segurança e confiança em todas as etapas do processo.
A enfermagem promove autonomia
O papel da enfermagem na transição de cuidados é determinante para o sucesso da recuperação de pacientes em reabilitação. Com atuação técnica, humanizada e integrada, a equipe de enfermagem assegura a continuidade do tratamento, promove autonomia e fortalece a relação entre o cuidado profissional e o ambiente familiar.
Investir em estruturas especializadas e em equipes qualificadas é essencial para oferecer um cuidado seguro, eficaz e verdadeiramente transformador.